UFC 193: Em noite histórica, Ronda Rousey leva surra épica de Holly Holm e polonesa mantém cinturão peso-palha

Fim de uma era. Atropelo. Zebra. MMA em estado de choque. Um alarde de manchetes sensacionalistas toma conta do noticiário. Enfim, ela perdeu a invencibilidade. A queridinha do UFC. A favorita do patrão Dana White. A lutadora que abriu as portas do Ultimate para o MMA feminino. Ronda Rousey, a atleta que mais atrai mídia, dinheiro e torcedores acaba de tomar uma surra épica na Austrália aplicada por Holly Holm, a nova campeã peso-galo (61kg). O combate fechou o UFC 193 que também contou com a terceira defesa de cinturão da campeã peso-palha, Joanna Jedrzejczyk, além da derrota de Antônio Pezão para Mark Hunt.

Chute decisivo | UFC

Ninguém imaginava a derrota de Ronda. É o que teclam e gritam em redes sociais alguns fãs e críticos precipitados. Esquecem que Holly era a única oponente capaz de acabar com o reinado de Ronda. Quando assinou com o UFC, uma das cláusulas era que Holly teria uma chance de disputar o cinturão o quanto antes. Ela trazia na bagagem 19 títulos no boxe e cinco vitórias no MMA.

Bastaram quatro vitórias no UFC para ser escalada à disputa de cinturão. Não havia mais nenhum nome relevante no Ultimate para ser posto diante de Ronda. O UFC pensava em travar um terceiro duelo entre ela e Miesha Tate, mas resolveu escalar Holly. Dana achava que venderia mais.

O que Dana não achava era que Ronda fosse ser derrotada. Antes da luta, ele já planejava qual seria a próxima oponente de Ronda, como se a vitória contra Holly fosse só questão de tempo.

Quem subestimou Holly esqueceu-se da larga experiência dela e se contaminou com as vitórias relâmpagos de Ronda que lutou apenas pouco mais de dois minutos se somadas suas últimas quatro vitórias.

Holly sempre foi apontada como uma futura desafiante de Ronda. Ela estava destinada a isso. Mesmo assim, a boa fase de Ronda a levou a um favoritismo sem precedentes. Ela nunca tinha sido apontada tão favorita num combate como nesse contra Holly. Justo Holly, uma lutadora com muito mais currículo que qualquer outra atleta enfrentada por Ronda.

Deu no que deu. Ronda foi massacrada. Parecia um touro cego, enquanto Holly era a toureira que no final a matou com classe e precisão. Um chute no rosto e um soco derradeiro no chão que a levaram acabar com a era Ronda Rousey. Holly agora está invicta em 10 lutas de MMA e pode ter pela frente no ano que vem a curitibana campeã do Invicta Cris Cyborg. Para muita gente, inclusive pra mim, Cyborg era a maior ameaça à dominância de Ronda, mas havia Holly no meio do caminho.