Prisão ocorreu no apartamento do político, no Flamengo, na Zona Sul. Político tem envolvimento em esquema de compra de votos
Bruna Fantti
Rio - Ex-governador do Rio e atual secretário de Governo de Campos do Goytacazes, no Norte Fluminense, Anthony Garotinho foi preso pela Polícia Federal na manhã desta quarta-feira. Garotinho estava envolvido em um esquema de compra de votos, de acordo com o delegado responsável pela investigação, Paulo Cassiano Junior.
Uma associação criminosa foi montada para fraudar as últimas eleições no município de Campos dos Goytacazes, segundo a polícia. A prisão ocorreu por volta das 10h, no apartamento do político, na Rua Senador Vergueiro, número 154, no Flamengo, Zona Sul do Rio.
Anthony Garotinho na superintendência da PF no Rio nesta quarta-feira Maíra Coelho / Agência O Dia
Ele foi alertado que policiais estavam na portaria do edifício para cumprimento do mandado de prisão, desceu e se entregou. Na garagem, uma viatura da PF já o aguardava. A PF informou que cumpriu mandado de busca e apreensão no imóvel.
Anthony Garotinho foi levado para a superintendência da Polícia Federal no Rio, na Praça Mauá. A deputada federal Clarissa Garotinho esteve no local acompanhando o pai.
No início da tarde, Garotinho deixou a sede da PF, foi ao Instituto Médico Legal (IML) fazer exame de corpo de delito, que durou cerca de 15 minutos, e de lá seguiu para o Aeroporto Santos Dumont, de onde irá para Campos.
O mandado de prisão preventiva foi expedido pelo juiz Glaucenir Silva de Oliveira, na Operação Chequinho da Polícia Federal, que investiga o uso eleitoral do programa "Cheque Cidadão".
Em outubro, a PF prendeu três vereadores de Campos por suposto envolvimento no esquema - Kellenson Ayres Figueiredo de Souza (PR), Miguel Ribeiro Machado (PSL) e Ozeias Martins (PSDB). Outro alvo da Operação Chequinho é a secretária de Desenvolvimento Humano e Social da prefeitura de Campos Ana Alice Ribeiro Lopes de Alvarenga.
O criminalista Fernando Fernandes, defensor de Garotinho, afirmou que "prisão é ilegal". O advogado vai recorrer ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) para tentar revogar o decreto de prisão expedido pelo juiz da zona eleitoral de Campos. Um argumento da defesa é que o ex-governador não foi candidato nas eleições municipais. Garotinho governou o Rio entre 1999 e 2002
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