Por: Kid dos
Reis
O Ministério das Cidades e a
Universidade Federal do Pará (UFPA), por meio da Comissão de Regularização
Fundiária da instituição de ensino, juntamente com gestores da Prefeitura de Mãe do Rio,
realizam nos dias 21 e 22 de setembro, na Avenida Castelo Branco, na sede da
Secretaria de Assistência Social do município, a partir das 14:30 horas¸ a
oficina com a lideranças e membros da
comunidades envolvidas no Projeto Moradia Cidadã. O objetivo é esclarecer as
novas etapas do Projeto a serem desenvolvidas na cidade, uma vez que o
levantamento topográfico e a matriz cartográfica estão em fases bem avançadas
de execução.
Maria do Carmo Silva, consultora social
do Projeto, informa que na oficina, além de abordar aspectos técnicos, legais e
operacionais da regularização fundiária, será elaborado, ainda, um planejamento
das reuniões com as comunidades beneficiadas nos bairros da cidade para
informar e orientar sobre o desenvolvimento do Projeto, que fará o
cadastro social das famílias e a coleta dos documentos. “A expectativa aponta
para a entrega dos primeiros títulos em dezembro deste ano”, sinaliza.
Em Mãe do Rio, segundo ela, conforme
dados de 2007 do Programa Terra Legal, coordenado pelo Ministério de
Desenvolvimento Agrário (MDA) e o Instituto Nacional de Colonização e Reforma
Agrária (Incra), foram repassados
para o poder público 773 hectares onde reside uma população estimada em 23.475
pessoas ocupando 4.836 lotes. A
regularização tem como base na Lei Federal nº 11.952, de 2009, que
dispõe sobre a esta atividade em cidades urbanas da Amazônia Legal.
A consultora, alerta, no
entanto, que dados consolidados pela Vigilância Sanitária municipal em 2012
revelam a existência de uma população estimada em 45.173 pessoas residindo em 9.306 lotes e no
mesmo quantitativo de hectares. “Isso demonstra uma migração urbana e um
crescimento populacional de 92%, o que exige demanda por serviços públicos
custeados pela prefeitura, além dos recursos das transferências
constitucionais”, reflete a consultora.
CONSTITUIÇÃO - Na oficina será esclarecido que a Constituição Federal de 1988 estabeleceu que a política urbana trataria da
função social da terra e do direito à moradia. “Os municípios são responsáveis, com base em seu plano
diretor, pelo desenvolvimento e a
implantação das políticas públicas de desenvolvimento urbano, para garantir o direito social à moradia digna e a
sustentabilidade ambiental da cidade”, assevera a consultora.
Serão debatidos temas como: a regularização fundiária urbana como política pública, os procedimentos para o cadastro social, a coleta de documentos dos
moradores e a elaboração do projeto de
regularização fundiária para os bairros da cidade, que será
discutido e pactuado com a comunidade, entre outros passos que antecedem a titulação da moradia, detalha a consultora.
ESTATUTO
- Maria do Carma acentua que a participação da comunidade na gestão democrática da cidade, conforme garantido no Estatuto da Cidade,
instituído pela Lei Federal Nº 10.257/2001, é uma conquista dos cidadãos. “Nele ficou estabelecido
que a participação da população
é decisiva na formulação, execução e acompanhamento de planos, programas e projetos de desenvolvimento urbano,
entre eles a regularização fundiária”.
Para a coordenadora do Grupo de Trabalho Municipal de Mãe do Rio,
Larissa Nelson, que esteve reunida no dia 9 de setembro, no campus da UFPA, com o arquiteto e assessor do Projeto Moradia
Cidadã, José Júlio Lima, e outros gestores da Comissão de Regularização Fundiária da UFPA (foto) para debater os desdobramentos do projeto, a
expectativa para o encontro com as lideranças e membros das comunidades no
município é positiva. “Cumprir mais uma etapa do Projeto Moradia
Cidadã significa avançar no
compartilhamento de conhecimentos entre a universidade e a população, consolidar
a função social da terra e continuar o
trabalho de construção de uma cidade com o desenvolvimento urbano planejado visando aprimorar qualidade de viva no
presente e no futuro”, finaliza.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Caro leitor por favor assine o comentário, pois não publicaremos comentários de anônimo