O senador Demóstenes Torres se reuniu, na noite deste domingo (01), em Brasília, com os advogados dele para discutir estratégias de defesa.
O senador Demóstenes Torres se reuniu, na noite deste domingo (01), em Brasília, com os advogados dele para discutir estratégias de defesa. Gravações da Polícia Federal indicam que o senador atuava em órgãos públicos para defender interesses do bicheiro Carlos Cachoeira, que está preso.
As 35 prisões feitas em março pela Polícia Federal não paralisaram a rede de exploração de jogos ilegais em Goiás. Entre os presos da Operação Monte Carlo está Carlinhos Cachoeira, suspeito de chefiar o esquema no estado. Neste sábado, novas investigações da Polícia Federal levaram à apreensão de 67 máquinas caça-níqueis em chácaras na cidade goiana de Valparaíso, a 50 quilômetros de Brasília.
“Neste local há fortes indícios que a organização ainda continua explorando as máquinas, e que os repasses do lucros dessa exploração ainda possam estar sendo repassados aos outros sócios da organização”, explica o delegado da Polícia Federal Matheus Rodrigues.
Neste domingo (01), o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil pediu a renúncia do senador Demóstenes Torres, do Democratas de Goiás, suspeito de fazer parte do esquema de Carlinhos Cachoeira.
“Os diálogos que foram revelados são estarrecedores. O mandato sendo utilizado para servir ao jogo. E a reação que nos cabe é pedir um gesto de grandeza dele, que renuncie”, declara Ophir Cavalcante, presidente da OAB.
O Jornal Nacional mostrou com exclusividade gravações feitas pela Polícia Federal com autorização da Justiça, em que Cachoeira fala de pagamentos que deveriam ser feitos a Demóstenes.
Em um dos trechos, Cachoeira pergunta ao sócio Cláudio Abreu: "O que eu retive?". E ouve como resposta: "Um milhão do Demóstenes".
Reportagem do jornal O Globo de quinta-feira mostra que no dia 22 de abril de 2009, Carlinhos Cachoeira pede que o senador faça um levantamento sobre um projeto de lei que trata da criminalização de jogos e legalização das loterias estaduais. Dois dias depois, Cachoeira recebe o retorno do senador.
Cachoeira: Oi, doutor.
Demóstenes: Fala, professor. Eu peguei o texto, ontem, da lei pra analisar, é aquela que transforma contravenção em crime. Que importância tem a aprovação disso?
Cachoeira: É bom demais, mas aí também regulamenta as estaduais, uai.
Demóstenes: Regulamenta não. Vou mandar o texto procê. O que tá aprovado lá é o seguinte: transforma em crime qualquer jogo que não tenha autorização. Qualquer jogo que não tenha autorização. Então, inclusive, te pega, né?
Cachoeira: Não, mas essa aí é boa também. É bom fazer isso. Não pega ninguém, não. Pode mandar brasa aí.
O advogado do senador, que desembarcou no domingo em Brasília para se reunir com ele, disse que o cliente dele não vai renunciar ao mandato.
“O que ele me disse agora, por telefone, é que absolutamente não pensa em renunciar. O caso juridicamente é simples. Esse inquérito não tem como prosseguir”, afirma Antônio Carlos de Almeida Castro, advogado de Demóstenes.
Mas em Brasília é dado como certo que o senador Demóstenes Torres vai deixar o Democratas nas próximas horas. A direção do partido espera que ele peça para sair até a noite desta seguinda-feira. Caso contrário, na terça-feira, vai abrir processo para expulsá-lo.
O deputado federal Stepan Nercessian pediu ontem licença temporária do PPS. Ele teria recebido R$ 179 mil de Cachoeira, de quem afirma ser amigo há mais de 15 anos. Segundo ele, R$ 160 mil se referem a um empréstimo, devolvido em dois dias ao bicheiro; R$ 19 mil foram usados para pagar um camarote no carnaval do Rio a pedido de Cachoeira.
As escutas telefônicas flagraram ainda dois
deputados federais goianos. Carlos Leréia, do PSDB, cobra de Wladimir Garcez,
um dos principais operadores de Cachoeira, o pagamento por um serviço prestado.
O deputado só vai se manifestar depois que tiver acesso ao inquérito.
O deputado Sandes Júnior, do PP, aparece em gravações com Cachoeira. Ele fala sobre uma concorrência pública e o recebimento de cheques, cujos valores seriam divididos com Cachoeira. Sandes Júnior disse que os cheques seriam o pagamento da rescisão do contrato dele com uma rádio. E que Cachoeira estava brincando quando cobrou a parte dele. O PSOL vai pedir a abertura de investigação na corregedoria da Câmara contra os dois deputados.
O deputado Sandes Júnior, do PP, aparece em gravações com Cachoeira. Ele fala sobre uma concorrência pública e o recebimento de cheques, cujos valores seriam divididos com Cachoeira. Sandes Júnior disse que os cheques seriam o pagamento da rescisão do contrato dele com uma rádio. E que Cachoeira estava brincando quando cobrou a parte dele. O PSOL vai pedir a abertura de investigação na corregedoria da Câmara contra os dois deputados.
Fonte: Jornal Floripa
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