Prefeito de Tomé- Açú encontra-se foragido

Polícia Civil apresenta acusados de executar 

empresário e advogado em Tomé-Açu

FOTOS: SIDNEY OLIVEIRA (AGÊNCIA PARÁ)

O prefeito de Tomé-Açu, Carlos Vinícius de Melo Vieira (PMDB) e o pai dele, Carlos Antônio Vieira, são apontados como os mandantes das mortes do advogado Jorge Guilherme de Araújo Pimentel e do empresário Luciano Capácio, ocorridas no último dia 2 de março, no município de Tomé-Açu, nordeste do Pará. Eles estão com mandados de prisão decretados pela Justiça, mas continuam foragidos. Dois dos três executores das vítimas estão presos e foram apresentados, neste sábado, 6, na Delegacia-Geral da Polícia Civil, em entrevista coletiva a jornalistas. Outra pessoa apontada por dar fuga aos pistoleiros também está presa. Outra pessoa, indicada como intermediário da contratação dos criminosos, já está identificada e com mandado de prisão decretado.

À frente o delegado-geral, Rilmar Firmino, a apresentação dos indiciados, Wellington Ribeiro Marques, 37 anos, de apelidos “Teco” ou “Neném”, e de Carlos André Silva Magalhães, 27, de apelidos “Tico” ou “Andrezinho”, contou ainda com as presenças da delegada-geral adjunta, Christiane Lobato; do diretor de Polícia do Interior, Silvio Maués; do diretor de Polícia Especializada, João Bosco Junior; da delegada Cláudia Renata Guedes, da Divisão de Homicídios e responsável pelo inquérito, e do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, seção Pará, Jarbas Vasconcelos. Os dois acusados de matar a tiros as vítimas foram presos em 17 de março deste ano, por policiais civis, que os abordaram em uma barreira de fiscalização policial, na rodovia BR-316, em Gurupi, na divisa do Pará com o Maranhão.

Duas armas de fogo apreendidas e que podem ter ligação com o crime foram apresentadas. Ambos já eram foragidos de Justiça, onde respondem por diversos crimes, a maioria, homicídios. Wellington é apontado como pistoleiro profissional, com atuação na região de Paragominas, no nordeste paraense, onde é acusado da autoria de, pelo menos, seis homicídios.  Os presos estavam em um carro que, segundo informaram à polícia, pertencia a uma serraria, localizada no município de Moju, para a qual os dois envolvidos trabalhariam. Ambos contaram em depoimento que saíram da cidade de São Raimundo Nonato, no Estado do Piauí, com destino a Moju.  Aos policiais, os acusados informaram que trabalham há cerca de um mês e meio na serraria, na extração de madeira. Carlos André é acusado de outro homicídio em Tomé-Açu.

Na coletiva, o delegado Silvio Maués prestou informações sobre as investigações, por meio de um slide, no qual informações colhidas no inquérito foram mostradas. Segundo ele, há um terceiro executor envolvido no duplo homicídio. “Ele (o executor) já está identificado e com mandado de prisão decretado pela Justiça, mas não iremos ainda divulgar informações sobre porque as investigações podem ser prejudicadas”, explicou. Outro envolvido no crime, Jorge Augusto da Silva, já está preso, mas, por enquanto, não será apresentado à imprensa.

Ele é apontado como a pessoa que deu apoio aos pistoleiros na fuga.  Outro indiciado por participação no duplo assassinato foi o empresário Raimundo Barros de Araújo, conhecido como “Raimundinho”, que atua no ramo madeireiro em Tomé-Açu e Paragominas. Ele é apontado como intermediário na contratação dos pistoleiros. O delegado frisou que as investigações ainda estão em andamento e, por isso, ainda há informações a serem apuradas no curso do inquérito. Desde o dia do crime, as investigações se centraram na busca de testemunhas, na confecção de retratos falados e na realização de perícias.

Em sentido horário: Rilmar, Cláudia Renata,
coletiva, Jarbas e Silvio Maués

De início, surgiram três linhas de investigação para o duplo homicídio: crime passional, desavenças pessoais e desavenças profissionais. As investigações mostraram que a causa do duplo assassinato foi uma animosidade entre o prefeito de Tomé-Açu e Luciano Capácio, pelo fato de o empresário ter parado de dar apoio político ao prefeito, pois Luciano almejava a presidência do PSDB na região para buscar a candidatura a prefeito de Tomé-Açu. Como retaliação, o prefeito Carlos Vinícius mandou cancelar o aluguel do maquinário de propriedade de Luciano Capácio para a Prefeitura Municipal.

Aliado a isso, houve denúncias feitas por Luciano Capácio, junto com seu advogado, Jorge Pimentel, quanto a supostas irregularidades num empreendimento imobiliário do grupo empresarial pertencente ao pai do prefeito. Por conta disso, as investigações mostraram que, para calar o empresário, o prefeito e o pai planejaram encomendar a morte de Capácio. Para tanto, entraram em contato com “Raimundinho” para que contratasse um conhecido dele, de apelido “Andrezinho”, conhecido pistoleiro em atuação na região de Tomé-Açu. As investigações prosseguem para prender os demais envolvidos no crime.

Fonte: Policia Civil/PA