Após o fracasso das plantações de seringa em Fordlândia, causada pelo tipo de terreno que não favoreceu o desenvolvimento dos seringais (que necessitam um terreno plano, com solo rico em minerais e material orgânico) e também a infestação por um tipo específico de praga até então desconhecida que acabou com a produção das plantações, Henry Ford teve que começar a buscar outro lugar para que seu projeto fosse continuado.
Várias expedições foram realizadas até encontrar-se um lugar que ficou conhecido como Bela Terra. Tal área é conhecida entre os cientistas pelo seu famoso solo fértil de 'Terra Preta', que deve ter sido um dos critérios para a escolha do local. Embora este tipo de solo ocorra em toda Amazônia, Belterra é particularmente rica em terra preta, as características de relevo também são adequadas para a plantação de seringas e fácil acesso através do rio para o escoamento da produção viabilizou o projeto. Bela Terra foi cedida pelo governo brasileiro à companhia Ford. Foram derrubados cerca de 2.500 acres da vegetação original do local para dar início ao processo de implantação do projeto de Ford.
Os primeiros operários foram contratados em 1934, e em 4 de maio do mesmo ano ocorreu a limpeza dos seringais, a construção de casas e o hospital. A arquitetura das construções foi inspirada no modelo americano, algumas delas permanecem até hoje intactas pois foram tombadas e agora são patrimônio histórico. Há relatos que a educação em Belterra era de excelente qualidade assim como no país onde Ford nasceu. Apesar de administrar a cidade, Henry Ford nunca veio realmente à Belterra, mesmo possuindo uma casa especialmente construída para ele. Ford tinha medo das doenças tropicais.
A produção e exportação de látex proveniente de Belterra era uma fonte de lucro, porém, com o surgimento da borracha sintética e o baixo custo da borracha no continente asiático, o cenário mudou. Os investimentos em Belterra perderam o sentido e a companhia Ford desistiu do seu projeto que estava planejado para durar um século. Belterra foi reapossada pelo governo brasileiro em 1945, fazendo parte do município de Santarém. Somente no dia 29 de dezembro de 1995, Belterra tornou-se um município, contando com uma prefeitura própria.
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