quarta-feira, 8 de agosto de 2018

Coordenador do Departamento de Geografia da PUC-Rio participa do XVI Congresso da Sociedade Internacional de Etnobiologia, em Belém do Pará

 


Evento volta à capital paraense 30 anos depois para discutir direitos dos povos indígenas



Três décadas depois da primeira discussão internacional sobre os direitos dos povos indígenas, que culminou na Declaração de Belém, destinada a reconhecer e proteger a relação entre povos tradicionais e a biodiversidade, o evento volta à capital do Pará como tema do XVI Congresso da Sociedade Internacional de Etnobiologia.
Um dos destaques do evento é a homenagem à Darrell Posey, Norte-Americano radicado no Brasil. Rodrigo Penna-Firme, é o autor principal de um artigo biográfico sobre a vida acadêmica e o ativismo de Posey. "Darrell foi um dos fundadores da Sociedade Internacional de Etnobiologia (ISE). Ele ainda é considerado o "Papa" da Etnobiologia e Etnoecologia por ter sido pioneiro na defesa dos direitos indígenas no Brasil, percebendo claramente a relação entre conservação e conhecimento prático dos povos originais sobre a natureza. Ele também foi árduo defensor da repartição dos benefícios associados ao uso da biodiversidade e dos conhecimentos tradicionais, assim como proponente da então nascente noção de sociobiodiversidade e dos direitos socioambientais hoje tão debatidos."
Além das discussões sobre o legado de Darrell Posey, dezenas de sessões acadêmicas acontecerão entre os dias 7 e 10 de agosto. Rodrigo, participará de uma sessão onde serão discutidos os "elos interdisciplinares entre Antropologia Ambiental, Ecologia Humana, História Ambiental, Arqueologia e Ecologia Política." Um dos propósitos será avaliar o desenvolvimento desses "elos" entre saberes populares (a ciência indígena e das populações tradicionais) e a ciência acadêmica para a identificação e solução de problemas de conflitos entre desenvolvimento e conservação.
Em sua fala, o coordenador adjunto do Departamento de Geografia da PUC-Rio, abordará como a Ecologia Política pode contribuir com métodos de análise de discursos sobre o manejo de recurso naturais, assim como pensar como a Ecologia Política tem ajudado a identificar os efeitos concretos do uso da natureza, que podem tanto favorecer como obstruir o desenvolvimento de práticas que beneficiam populações pobres, rurais e tradicionais, geralmente pressionadas `a servirem como guardiãs da natureza, sem no entanto, receberem benefícios ao cumprirem esse papel global.
Rodrigo Penna-Firme
Rodrigo Penna-Firme é PhD em Antropologia pela Indiana University, nos Estados Unidos. Atualmente é coordenador adjunto do Departamento de Geografia da PUC-Rio. Pesquisa sobre Antropologia Ambiental e Ecologia Política, Mercantilização das Relações Sociedade-Natureza, Conservação Neoliberal da Natureza, Conflitos Socioambientais e a relação entre Religião e Ecologia.
XVI Congresso da Sociedade Internacional de Etnobiologia
O XVI Congresso da Sociedade Internacional de Etnobiologia, em conjunto com o XII Simpósio Brasileiro de Etnobiologia e Etnoecologia, será realizado entre os dias 7 e 10 de agosto de 2018 em Belém do Pará. O evento é organizado pela Universidade Federal do Pará e o Museu Paraense Emílio Goeldi, em colaboração com a Sociedade Internacional de Etnobiologia (ISE) e a Sociedade Brasileira de Etnobiologia e Etnoecologia (SBEE).
O primeiro Congresso Internacional de Etnobiologia, organizado pelo Museu Goeldi, foi realizado em Belém em 1988. O evento culminou na Declaração de Belém, documento pioneiro que destacou a conexão entre os povos tradicionais e a biodiversidade, reivindicando seus direitos sobre territórios, recursos naturais e conhecimentos ancestrais.
O evento tem como tema central "Belém +30. Os direitos dos povos indígenas e populações tradicionais e a conservação da biodiversidade três décadas após a Declaração de Belém." O objetivo deste congresso é refletir sobre a Declaração de Belém e o campo da Etnobiologia ao longo dos últimos trinta anos, focando nos avanços e desafios científicos, éticos, jurídicos e políticos relacionados aos povos indígenas e populações tradicionais e o uso sustentável da biodiversidade.

Fonte: Assessoria de imprensa 

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