sexta-feira, 12 de junho de 2020

“Não tenho rabo preso”, diz Helder sobre bloqueio de recursos da empresa SKN

Na entrevista de ontem do governador Helder Barbalho, algumas frases chamaram a atenção pelo tom de contundência. Ao negar, por exemplo, que tivesse amizade com o empresário André Felipe de Oliveira da Silva, dono da empresa SKN do Brasil Importação e Exportação, que vendeu os 400 respiradores para o estado do Pará e que deu origem à Operação Para Bellum, da Polícia Federal, o governador foi taxativo

“Eu não tenho amizade alguma com qualquer empresário que possa ter participado disso (fraude na venda dos respiradores). A mensagens que troquei, troquei para cobrar, porque estavam atrasando na entrega e eu estava sofrendo, junto com a população deste estado, com o atraso dos respiradores”.

De acordo com Helder, os respiradores foram adquiridos no começo de abril e o prazo para entrega era 15 de abril, mas a encomenda foi entregue no dia 4 de maio, ainda assim uma parcela apenas. “Coube a mim pressionar, garantir e, inclusive, deixar muito claro que a minha paciência tinha encerrado e que eles iam se ver com o governo se eles não cumprissem com aquilo que estava estabelecido”, disse ele sobre as mensagens trocadas com o dono da SKN.

“Se tivesse amizade, se tivesse rabo preso, eu não teria mandado bloquear bens, reter passaportes e agir como ajo em todas as circunstâncias que diga respeito a defender os interesses do Pará. E com os empresários, da mesma forma, eu continuarei a agir dessa maneira”, garantiu Helder.

Com relação ao secretário adjunto de saúde (Peter Casol), acrescentou o governador, “eu fui surpreendido quando esta operação da Polícia Federal encontrou uma quantia muito elevada de dinheiro na casa dele e imediatamente mandei fazer a exoneração, porque não cabe a um servidor ter o montante de dinheiro, porque compromete a transparência e a confiança”.

Sobre a escolha da empresa SKN do Brasil, ele disse que “o governo recebeu propostas de muitas pessoas e esta proposta que nos foi apresentada (pela SKN) foi, de acordo com a checagem, verificada que havia os parâmetros necessários para o atendimento e nós avançamos imediatamente neste sentido. Não há amizade e se houvesse eu não teria procedido da maneira que procedi, fiscalizando e responsabilizando aqueles que trouxeram e causaram dano à sociedade paraense”.

A respeito da operação da PF, perguntado se foi uma ação política, Helder Barbalho disse que se recusava a falar em política em um momento delicado como esse de combate à pandemia de coronavírus, porém, destacou que as verbas envolvidas são estaduais, por isso não é de competência federal, e que tomou todas as providências para ressarcir os cofres públicos do prejuízo causado na aquisição dos respiradores um mês antes da operação.

Fonte: Ver-o-Fato

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