O falso médico, Gideão Vanderle da Rocha, natural de Marabá, que foi preso preventivamente na quinta-feira (8) no Amapá, contou à polícia que comprou o diploma num site da internet por R$ 60. Ele já havia sido preso uma vez no Pará com documentos falsos, foi alvo de uma investigação por morte durante um parto e chegou a atuar por 3 anos no Programa Mais Médicos, entre 2017 e 2020. Ele conseguiu na Justiça uma inscrição provisória no Conselho Regional de Medicina (CRM) do Amapá usando o diploma falsificado. A própria instituição checou com uma universidade boliviana que o homem não concluiu o curso de medicina que iniciou por lá. Ele foi detido no CRM, quando iria receber a carteira profissional provisória.
O falso médico chegou a ser preso preventivamente em 2014, no interior do Pará, após usar documentos falsos para atuar nessa profissão, inclusive usando registro profissional de um outro médico de Mato Grosso do Sul. Um inquérito policial também foi aberto contra ele no mesmo município, em Abel Figueiredo, pela acusação de ser o responsável pela morte de um bebê durante um procedimento de parto no mesmo ano. "Este indivíduo denota uma periculosidade acima do comum. Ele já vem praticando essa conduta desde 2014 no estado do Pará, onde foi preso justamente por utilizar documentos de um médico do Mato Grosso do Sul e estar trabalhando no interior. Ele chegou a atuar no programa Mais Médicos por 3 anos, também de posse desse diploma falso", disse Santos. Segundo o delegado, Gideão assumiu ter comprado o diploma pela internet.
A Draco segue com a investigação na tentativa de identificar se há outras pessoas praticando o mesmo tipo de crime no estado. "Segundo ele, esse diploma foi adquirido na internet, que pagou R$ 60 por esse documento, mas estamos apurando. As investigações não param, vamos investigar outros possíveis casos já que há informações de que outros indivíduos adquiriram documento na mesma característica e vamos tentar atuar para resguardar a população do estado da ação desses indivíduos que, sem sombra de dúvidas, podem causar danos irreparáveis para a saúde de várias pessoas", assegurou Santos.
Entenda o caso
Conforme o CRM, a Justiça determinou no dia 22 de junho a inscrição provisória do falso médico nos quadros na instituição no prazo de 10 dias, sem a necessidade de submissão ao Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos (Revalida). Na secretaria do CRM, Gideão apresentou documentos que indicavam que ele é natural de Marabá , e uma declaração de que ele atuou entre 2017 e 2020 como médico intercambista do Projeto Mais Médicos Para o Brasil no município de Ourilândia do Norte, no Pará. Além disso, também foi apresentado o diploma de graduação em medicina na Universidad Nacional Ecológica, da Bolívia. O CRM-AP detalhou que entrou em contato com a instituição de ensino boliviana, que informou por meio de e-mail que o diploma não é verdadeiro. Ainda de acordo com o que a universidade informou ao Conselho, Gideão chegou a iniciar os estudos no curso de medicina, mas não concluiu a grade curricular. Por isso, o CRM-AP procurou a polícia para apurar o exercício ilegal da medicina, a utilização de documento falso e outros crimes, o que resultou com a detenção preventiva dele nesta quinta-feira. O Conselho acrescentou que a Justiça já foi comunicada acerca da situação do falso médico para que seja revogada liminar concedida e assim tornado sem efeito o registro concedido por ordem judicial.
Com informações do Antagônico
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