Na política, assim como na vida, saber ouvir é uma virtude rara — e extremamente necessária. O bom político não é aquele que se cerca de elogios, mas sim aquele que sabe receber críticas. Mais do que escutar, ele guarda o que ouviu, reflete, processa e transforma em ação. Porque política não é palco para vaidades, é terreno para trabalho. E trabalho bem feito começa com humildade para reconhecer os próprios erros e disposição para corrigi-los.
Receber críticas com maturidade é o que diferencia o político passageiro do político de legado. É fácil sorrir nos dias de festa, difícil é manter o equilíbrio nos dias de cobrança. No entanto, é justamente nesses momentos que se revelam os verdadeiros líderes: aqueles que não ignoram a opinião do povo, mas a utilizam como bússola para melhorar a gestão, reorientar os rumos e reconstruir a confiança.
Outro ponto que merece destaque é o olhar para a política como espaço de realização. Entre todos os desejos e sonhos que uma pessoa pode ter, talvez o mais difícil de alcançar — e manter — seja o sucesso na política. Porque não basta apenas querer; é preciso estar disposto a servir, a abrir mão da vaidade em nome do coletivo, a enfrentar críticas, injustiças e, mesmo assim, continuar. Sucesso na política exige mais do que talento: exige vocação.
É por isso que, quando alguém realmente se destaca na vida pública, o reconhecimento é maior. Não se trata apenas de vitória em votos, mas de conquista de respeito, algo que só é possível com trabalho coerente, ações concretas e uma escuta ativa da população.
Portanto, a verdadeira essência de um político está na capacidade de transformar crítica em construção e sonho em missão. E quando isso acontece, todos ganham: a cidade, o povo e a própria democracia.
Edilson Lira Patrocínio
É jornalísta é acadêmico de Direit
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