A crise política no Ceará ganhou força depois que o PL recuou da articulação que ele próprio havia construído com Ciro Gomes para o governo do Estado. E é preciso deixar claro: a origem de tudo foi a reação emocional de Michelle Bolsonaro, que não concordou com o movimento de André e lançou o senador Girão ao governo. Não é questão de tirar a razão dela, qualquer pessoa reagiria assim, diante das declarações de Ciro Gomes em relação ao Bolsonaro. Mas política não é movida pelo coração, é movida pela razão. E quando a emoção entra, tudo desanda.
O ponto central é simples. Ciro não seria candidato ao governo. Ele só lançou sua candidatura porque o PL colocou isso na cabeça dele e garantiu apoio. Agora o PL volta atrás e o cenário fica completamente indefinido.
O que acontece daqui pra frente?
Ciro mantém a candidatura ao governo sem o PL? Essa pergunta está no ar, porque sem a base prometida a estrutura de campanha muda totalmente.
Ou o PSDB vai apostar nele para a disputa nacional? Afinal, Ciro aparece entre terceiro e quarto lugar, e em alguns cenários até em segundo, nas pesquisas para presidente da República. O PSDB pode ver nisso uma oportunidade.
Nos bastidores, o clima é de desconforto. O deputado André Fernandes, respeitado pela firmeza do povo cearense, admitiu que a situação foi difícil, mas disse que vai seguir a orientação do Diretório Nacional do PL. A ordem é pausar as negociações, apenas pausar?
Esse momento político se encaixa perfeitamente no ditado nordestino:
“Em casa que mulher manda, até o galo canta fino.”

Nenhum comentário:
Postar um comentário
Caro leitor por favor assine o comentário, pois não publicaremos comentários de anônimo