quinta-feira, 25 de agosto de 2011

A EMANCIPAÇÃO DO ESTADO DO TAPAJÓS, TODOS NESSA LUTA.

Comentário: Tibério Alloggio no Post Marcha contra a divisão do Pará foi um fiasco 
 
A criação do Estado do Tapajós sempre foi um ponto central da pauta de reorganização territorial e administrativa da imensidade amazônica.
Fruto da revolta de sua ocupação predatória, e com a “ausência do Estado” na região amazônica, a idéia do Estado do Tapajós é um projeto antigo, que tem percorrido toda a história da nossa região amazônica.
Uma região riquíssima e de tamanho continental, que abriga numerosos povos indígenas, comunidades tradicionais,
Com a pobreza e a falta de desenvolvimento persistindo para a maioria da população.
Por isso, a presença do Estado, ainda que seja como agente regulador, torna-se imprescindível. Ainda mais no Pará, que mesmo detentor da maior economia da Amazônia, é o Estado com os piores índices de desmatamento e de desenvolvimento humano da região norte. Mais uma vez, comprovando a “ingovernabilidade” do seu enorme território, o que torna imprescindível a necessidade de sua redivisão territorial, com a criação de duas novas unidades federativas (Tapajós e Carajás).
O TAPAJÓS QUE QUEREMOS
No Tapajós, o movimento de emancipação nasceu e cresceu sob três grandes pressupostos básicos:
O isolamento geográfico; O abandono político; e as vantagens econômicas da emancipação, elementos esses, que sempre fizeram parte da retórica emancipacionista de diferentes gerações.
Se a “ausência do Estado” foi o motor do anseio popular para um novo Estado, precisamos agora do combustível que fortaleça a perspectiva de sua criação, acrescentando mais elementos ao nosso projeto político.
Em primeiro lugar reafirmando a Identidade Comum de nossa população com seu território, que hoje representa um conjunto de 27 municípios, unidos pelo mesmo perfil, social, econômico e ambiental. Uma identidade social e cultural construída historicamente, que solidifica e unifica a região.
Em segundo lugar, prezando para a Sustentabilidade Socioambiental da grande região oeste do Pará, uma das últimas fronteiras verdes, com uma significativa população nativa, mestiça e oriunda dos processos de colonização da região.
Uma sustentabilidade associada aos valores humanos, capaz de trilhar um novo modelo de desenvolvimento; ambientalmente sustentável no uso dos recursos naturais, na preservação da biodiversidade; socialmente justo na distribuição das riquezas e na redução da pobreza e das desigualdades sociais; que preserve valores, tradições, e as práticas culturais regionais.
Um novo Estado, que deverá se basear nos princípios da democracia e da participação, acima dos interesses oligárquicos e de grupos políticos que historicamente vem dominando a política e o poder no Pará.
Um estado descentralizado, que não reproduza os vícios que tomaram o Pará e sua capital Belém, o centro monopolizador dos recursos públicos. Um Estado que deverá ser a negação de todos os malefícios e práticas políticas que historicamente foram os percalços para que o Tapajós não se desenvolvesse e o povo não fosse feliz.
Queremos um Estado do povo para o povo, representativo de toda a população do Oeste do Pará, nas suas diversas formas de organização cultural e composição demográfica. Um Estado presente, atuante, indutor de políticas que promovam a justiça e a equidade, em oposição a ausência do Estado na região.
Um projeto de Estado com dimensões menores, com a responsabilidade de formar novas lideranças para administrá-lo, sem o qual não superaremos o jogo de dominação que persiste nas regiões do Brasil e da Amazônia em particular.
Enfim, temos o desafio de lutar pelo Estado do Tapajós sedimentado em valores modernos de democracia e sustentabilidade social, ambiental, econômica e cultural, que prisma pela “sustentabilidade” e não por um “crescimento” a qualquer custo. Um projeto de reorganização territorial que sempre esteve no imaginário de toda a população do Oeste do Pará.

3 comentários:

  1. A EMANCIPAÇÃO DO ESTADO DO TAPAJÓS, O POVO NÃO DEVE SER EGOISTA.


    Comentário:
    Prof. Anselmo Colares

    Professor doutor da UFOPA (Universidade Federal do Oeste do Pará)


    Com certeza, o Pará nunca mais será o mesmo.
    Seja qual for o resultado o Pará vai estar dividido.
    Melhor será se a divisão decorrer do SIM,
    pelo menos cada porção seguirá seu rumo,
    terá a chance de fazer a sua história,
    nas quais os governantes possam tomar decisões mais sintonizadas com as pessoas que se encontram mais próximas.

    Se o resultado for o não,
    aumentará o sentimento de superioridade que muitos belemenses demonstra ter com relação ao povo do interior,
    mocorongos,como eles costumam identificar aos demais.
    Ficará mais nítido o comportamento de colonizador que foi incorporado por essa parte da população que vê o “interiorano” com desprezo, preconceito e desdém.
    Por essas e outras questões, o Pará não será mais o mesmo.
    De minha parte, espero que o Pará fique ainda melhor,
    com seus governantes podendo dar a assistência que sua população merece e necessita,
    na medida em que fiquem mais próximos a ela,
    da mesma forma que espero possa acontecer o mesmo com o Estado do Tapajós e Carajás.
    Prefiro otimisticamente me inspirar nos fartos exemplos exitosos que a história nos apresenta,
    tanto no Brasil quanto em outras regiões do mundo.
    Grandeza não é sinônimo de tamanho.
    Há grandes pessoas com medidas modestas,
    há grandes países e até grandes municípios, bem menores que o Pará.
    Não justifica o receio de que a divisão enfraqueça, diminua.
    Pelo contrário, a divisão propicia crescimento.
    A divisão das células tornou possível a cada um de nós ser o que somos.
    A divisão é o símbolo da solidariedade.
    O seu contrário denota egoísmo.
    Pelas razões expostas, reafirmo,
    o Pará não será mais o mesmo após o 11 de dezembro,
    assim como o mundo não foi mais o mesmo após o 11 de setembro.
    Mas, ao contrário daquela data,
    que gerou destruição e morte,
    agora há uma nova possibilidade:
    esperança e nascimento.
    Somente o “SIM” carrega esta possibilidade.

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  2. O QUE VAI OCORRER É UMA EMANCIPAÇÃO E NÃO UMA SEPARAÇÃO..

    Comentário: Paulo Betim

    O ser humano é muito egoísta, Pará, Tapajós e Carajás nunca vão se separar por questões geográficas.
    O que essa população que vive em situação de pobreza só deseja é se emancipar e construir um bem estar melhor, mais conforto, melhorias, infra estrutura, enfim um padrão de vida melhor.
    Todos irão crescer, o futuro Pará terá um PIB maior que os outros dois juntos.
    Não dá para ter uma região metropolitana de Belém desenvolvida e uma imensidão de território vivendo na miséria.
    Isso é egoísmo e ganância em detrimento do seu vizinho.
    Viva o futuro Estado do Pará, Tapajós e Carajás em prol de um Brasil melhor. Todos tem o direito de melhores condições de vida e a emancipação vai beneficiar a todos.
    Foi melhor para Goias e Mato Grosso e será melhor para desenvolver o Pará.
    Eu, friamente quero um país melhor e o melhor para essa região, é a emancipação dessa região esquecida.
    Por isso digo SIM. AO ESTADO DO TAPAJÓS E CARAJÁS QUE DEVEM SE EMANCIPAR, para acabar com o desmando e abandono dessa região.
    SERÁ O MAIOR PROJETO DE DESENVOLVIMENTO NA AMAZÔNIA.
    O povo já está cansado de sofrer, falta tudo nessa região, professores, médicos, falta a presença do poder público.

    Voto “SIM” AO DESENVOLVIMENTO.

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  3. Divisão do Pará favorece crescimento econômico do país,
    Diz senador pela Amazônia.

    Mozarildo Cavalcanti

    Ao defender a reorganização geográfica do país, ele disse em Plenário,no Senado, que a redivisão de estados, especialmente da Região Norte, na Amazônia, favorece o desenvolvimento – a exemplo do que aconteceu com o Distrito Federal, Mato Grosso do Sul e Tocantins.

    A emancipação trará desenvolvimento. A posição contrária à divisão daquele estado por parte de alguns segmentos, ressaltou Mozarildo, deve-se a questões políticas.

    Para ele, não há justificativa que impeça a divisão do Pará.

    O senador informou que estudo da Consultoria do Senado afirma não haver aspectos que possam causar prejuízo à população ou ao governo federal.

    O estado do Pará, lembrou, possui território equivalente ao dos sete estados do Sul e Sudeste juntos.

    Na avaliação do senador, o modelo de gestão do país não contribui com a redução das desigualdades sociais e regionais, como prevê a Constituição.

    As políticas públicas, segundo ele, são destinadas a estados com maior número de eleitores.
    Por isso, continuou, a Região Norte não é atingida, pois possui 15 milhões de habitantes.

    Na hipótese de o resultado do plebiscito ser favorável à divisão do Pará, o Congresso Nacional precisará ainda aprovar projeto de lei complementar para regulamentar o assunto.
    A decisão democrática deverá ser acatada.

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