BELTERRA COMPLETA 78 ANOS DE HISTÓRIA HOJE
A história de Belterra
Nascida do idealismo do magnata norte-americano Henry Ford, que na
década de 30 sonhou em construir um império na Amazônia, Belterra ainda
guarda muitos traços da cultura norte-americana. No aspecto
arquitetônico, suas casas de madeira lembram as moradias do sul dos
Estados Unidos e a imponentes caixas d’água de metal até hoje abastecem
boa parte das famílias belterrenses.
Foram apenas 15 anos de domínio norte-americano, mas o suficiente para
que a herança deixada por Ford sobrevivesse até os dias atuais. A
estrutura arrojada deu a Belterra o status de vila de primeiro mundo no
meio da floresta amazônica.
Além dos traços de cidade do interior dos EUA, que já é uma forte
atrativo turístico, o município do oeste do Estado, faz jus ao apelido
de “Bela Terra”, como chamavam seus fundadores, principalmente pelas
suas lindas praias.
A “Bela Terra” ainda é uma cidade jovem. Apesar de ter sido fundada em
1934, conquistou sua emancipação política somente em 1995 quando passou
à categoria de município, através da lei estadual nº 5.928/95. Antes
da emancipação, Belterra passou 50 anos na condição de distrito de
Santarém e sendo administrada pela Delegacia do Ministério da
Agricultura, com sede em Belém.
Atrativos turistícos são a aposta local
Hoje Belterra aposta suas fichas na incrementação da atividade
turística. O município apresenta pontos históricos belíssimos, composto
pela arquitetura norte-americana trazida por Ford e pelas praias de
areia branca, como Pindobal, Maguari, Cajutuba, entre outras.
Apesar do fracasso do projeto de Henry Ford, milhares de seringueiras
sobreviveram ao tempo e às pragas e continuam imponentes em pleno
centro da cidade. A presença delas é tão marcante que o administração
municipal resolveu transformar em bosque um majestoso seringal que
existe bem próximo ao prédio da prefeitura.
O local é sombreado e no segundo semestre exala um cheiro
característico das flores das seringueiras. Para alguns moradores da
cidade aquela é a melhor lembrança deixada por Ford para os
belterrenses, pois eram as seringueiras o principal sustentáculo do
projeto.
Também está localizada em Belterra dois terços da Floresta Nacional do
Tapajós (Flona do Tapajós). Há mais de 30 anos, a Flona foi declarada
floresta nacional, com 600 mil hectares. É a sexta maior floresta
nacional do Brasil, e está entre as vinte florestas nacionais no Pará e
Amazonas.
O passeio turístico pela Flona Tapajós está autorizado desde 1993.
Existem trilhas de terra em algumas partes. Uma oportunidade de
caminhar pela floresta, predominantemente de terra firme. O turista
pode, também, fazer um pouco de turismo comunitário, ao conhecer
algumas das 16 comunidades tradicionais estabelecidas perto do rio.
PRAIAS
Durante o período do verão amazônico, de julho a janeiro, as opções são
as praias de areia branca e de água doce e cristalina. As duas
principais de Belterra são Pindobal e Aramanaí. As duas ficam em
estradas diferentes. Mas, partindo do centro do município, o trajeto
para ambas as praias dura, de carro, cerca de 20 minutos.
Pindobal é, entre as praias do rio Tapajós, a única que conserva areia durante o ano inteiro, mesmo no período de inverno.
Aramanaí é a mais conhecida. Uma vila que possui uma infraestrutura
mínima para receber o turista, com restaurantes e bares. O cotidiano do
ribeirinho é um dos principais atrativos turísticos. Oportunida dos
visitantes conhecerem a rotina dos pescadores da região. (Com Redação)
Henry Ford queria transformar a região num grande polo produtor de
seringa do mundo. Inicialmente, o projeto de Ford seria implantado em
uma área localizada entre Itaituba e Aveiro, denominada Fordlândia. Era
cerca de um milhão de hectares de terras cedidas a Ford pelo governo
brasileiro. O local teria toda a infra-estrutura de uma cidade moderna
aos moldes das estadunidenses.
Fordlândia não foi considerada adequada para ser base de implantação do
projeto. Foram feitas investigações para encontrar uma outra área que
fosse ideal para o projeto da Companhia Ford. Assim, após intensas
buscas, técnicos da Holanda e dos EUA chegaram à planície, coberta por
densa floresta, às margens do Rio Tapajós. Essa era a ‘Bela Terra’, que
depois se transformou em ‘Belterra’.
No meio da floresta nascia a vila dos seringueiros fundada para dar
suporte logístico ao projeto. O projeto de Ford começou e uma estrutura
nunca antes vista foi dando vida ao futuro município modelo. Escolas,
igrejas, hospitais, e residências no estilo norte-americano, portos
próximos à praia foram construídos para receber as famílias dos
empregados do projeto.
Entre as dificuldades encontradas pelo milionário norte-americano
estava a carência de mão de obra. O projeto previa o aproveitamento de
18 mil empregados, mas somente 5 mil foram contratados. A Companhia foi
obrigada a contratar em outras municípios do Pará, e também do
Nordeste. Técnicos e médicos vinham quase todos de outros países, como
Estados Unidos, Holanda e França.
A pujança do projeto era algo impressionante, só para se ter uma idéia,
em 1937 Belterra já contava com 3,2 milhões de pés de seringueiras
plantadas e enxertadas com material genético trazido da Malásia e da
ilha de Sumatra, na Indonésia.
Mas no início dos anos 40 o projeto começou a dar sinais de
enfraquecimento. Era o princípio da bancarrota do império sonhado por
Ford. Segundo relatos históricos, a causa principal da falência foi o
início da produção de borracha em países asiáticos, por um custo bem
menor que o látex produzido em Belterra. Vale ressaltar que a produção
asiática só foi possível porque “piratas” roubaram sementes de
seringueiras de Belterra e as venderam para produtores malaios.
Fulminados pela concorrência asiática e por uma praga que atingiu os
seringais belterrenses, os norte-americanos repassaram, em 1945, todos
os bens de Belterra para o governo Brasileiro e desistiram do
megalomaníaco projeto de construir um oásis do primeiro mundo no meio
da Amazônia.
Fiquei impressionado com a dimensão do projeto que deu origem a Belterra. Uma História fantástica que proporciona aos interessados nas origens de acontecimentos importantes como esse,uma visão esclarecedora e estimulante para conhecer mais sobre a bela terra. Parabéns!
ResponderExcluir