A
presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Cármen Lúcia Antunes Rocha,
defendeu nesta terça-feira, 15, liberdade total de expressão, inclusive
nas redes sociais, e afirmou que os cidadãos têm o direito de receber
informações sobre tudo o que se passa durante as campanhas eleitorais.
"Não há menor possibilidade de se ter eleições livres sem que a imprensa
atue igualmente de forma livre e que seja levada a todos os rincões do
País", disse ela na 7ª Conferência Legislativa sobre Liberdade de
Expressão, na Câmara dos Deputados.
Marco
Maia (Presidente da Câmara) e a ministra Carmem Lúcia (Presidente do TSE) no
evento
No início
do mês, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Carlos Ayres Britto, já
tinha se manifestado a favor da liberdade ampla de imprensa durante um seminário
internacional sobre o tema. "Onde for possível a censura prévia se
esgueirar, se manifestar, mesmo que procedente do Poder Judiciário, não há
plenitude de liberdade de imprensa", disse. "A liberdade de imprensa
ocupa, na Constituição, este pedestal de irmã siamesa da democracia",
completou.
Ontem,
Cármen Lúcia afirmou que as eleições devem ser muito rigorosas para garantir a
ética, mas extremamente livres para a democracia. "Ao cidadão, a palavra
para que ele diga o que ele quer, como ele quer, do jeito que ele quer. E isso
será respeitado. Afinal a Constituição Federal começa dizendo que a República
Federativa do Brasil tem como fundamento a cidadania e a cidadania se exerce
com liberdade, e a liberdade de expressão", declarou a presidente do TSE
durante uma conferência sobre liberdade de expressão e novas mídias realizada
na Câmara.
A
ministra chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República,
Helena Chagas, também defendeu a ampla liberdade de expressão durante a
campanha, disse que não pode haver censura prévia e afirmou que a legislação
não acompanhou o ritmo das mudanças promovido pelas novas mídias, como as redes
sociais. Para Helena Chagas, a internet mudou completamente as vidas e as
relações pessoais. "Mas as leis ainda não mudaram nessa mesma proporção.
Ainda não acompanharam essa enorme mudança social recentíssima nas nossas
vidas", afirmou.
No mesmo
diapasão, a ministra presidente do TSE emendou: "Nós temos 138 milhões de
eleitores, todos com suas opiniões, querendo falar, podendo falar e a
Constituição garante o direito de falar, o direito de se expressar",
afirmou. Autora de um voto no TSE favorável à liberação da comunicação no
Twitter durante a pré-campanha, Cármen Lúcia disse que o uso das novas mídias
será um dos principais desafios da eleição deste ano. Vencida no julgamento
sobre o uso do Twitter, ela disse nesta terça que o papel da Justiça Eleitoral
é punir excessos, abusos de poder, fraudes e corrupção. Mas nunca censurar.
"Não vamos judicializar as campanhas eleitorais", afirmou.
A
presidente do TSE reconheceu que imagens podem ser construídas e destruídas por
meio da divulgação de informações ou leituras equivocadas. No entanto, segundo
ela, não cabe à Justiça Eleitoral fazer uma censura prévia. "A Justiça Eleitoral
não tem que entrar na questão a não ser naquilo que foi judicializado, para dar
cumprimento à Constituição e à lei no sentido de que as eleições tenham lisura,
tranquilidade, eficiência, e legitimidade", disse. (Estadão)
http://ercioafonso.blogspot.com.br/
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