Um dossiê elaborado por um membro do governo de Cristina Kirchner, escrito em espanhol, teria sido entregue a cardeais eleitores para desprestigiar Mario Jorge Bergoglio, eleito Papa na última quarta-feira, e associá-lo à ditadura argentina.
A jogada, que teve como principal articulador um conhecido diplomata peronista, foi revelada nesta segunda-feira pelo jornalista Román Lejtman, do “El cronista”.
De acordo com a nota, o dossiê “foi baseado em notas escritas pelo jornalista Horacio Verbitsky, embora o caso tenha sido anulado nos tribunais federais por falta de provas”. O documento teria sido arquitetado por um diplomata e tramada por um legislador nacional vinculado aos organismos de Direitos Humanos. E infiltrado no Vaticano por um cardeal que conhecia as desavenças entre Francisco e a presidente Cristina Kirchner.
No domingo, a presidente almoçou com o Papa Francisco na Residência Santa Marta, no Vaticano. Entre risos, eles conversaram, trocaram presentes e a mandatária até ganhou um beijo do Pontífice, num clima muito diferente daquele que os dois enfrentaram em Buenos Aires quando Bergoglio ainda era cardeal. No encontro, a presidente pediu que o Pontífice intervenha pelo diálogo entre o Reino Unido e a Argentina na disputa pelas Ilhas Malvinas, colonizadas pelos britânicos.
O ex-arcebispo de Buenos Aires e Cristina mantêm uma relação tensa. Por reiteradas vezes, Bergoglio criticou em suas homilias a corrupção e a pobreza na Argentina, e, de acordo com a imprensa local, teve vários pedidos de encontro recusados com a presidente. Após a escolha de Bergoglio, a Casa Rosada divulgou um comunicado frio para saudar o novo Papa e solicitou ao argentino que tivesse um trabalho “significante para a religião”. Mas Cristina teria pedido a ministros que baixassem o tom de críticas a Bergoglio, de acordo com fontes.
Fonte: O impacto /O Globo
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