Desde 2005 a Cooperativa Mista da Floresta Nacional do Tapajós (Coomflona), unidade de conservação (UC) federal situada no estado do Pará, tem demonstrado ano a ano, a partir dos resultados do manejo florestal comunitário, que as comunidades residentes na UC são capazes de gerir grandes áreas e empreendimentos, além de fazer diferença na gestão de unidades de uso sustentável na Amazônia.
Considerando o plano de manejo florestal aprovado para uma área de 32 mil hectares, a Coomflona iniciou em setembro deste ano as atividades previstas no 8ª Plano Operacional Anual, documento a ser apresentado ao órgão ambiental competente, contendo as informações definidas em suas diretrizes técnicas, com a especificação das atividades a serem realizadas no período de 12 meses em uma Unidade de Produção Anual (UPA).
A UPA nº 8 possui cerca de 1.000 hectares, o equivalente a 0,2% da área total da unidade de conservação. Para esta unidade estão previstos aproximadamente 24.000 m³ de madeira em tora e há expectativa de que serão gerados aproximadamente R$ 5 milhões em receitas com a venda da madeira em tora e mais R$ 2 milhões com a venda de madeira serrada, a partir do desdobro de galhadas que passaram a ser aproveitadas no ano de 2012.
Outro resultado que poderá ser alcançado é a certificação FSC. Recentemente, a equipe da Coomflona passou por auditoria do Forest Stewardship Council e os auditores recomendaram a cooperativa para a certificação. Já neste ano, parte de sua produção deverá sair com o selo FSC. Além da possibilidade de certificação e do aumento das receitas para o ano de 2013, a cooperativa aumentou o quadro de cooperados para 210 pessoas – anteriormente eram 135 cooperados –; adquiriu, em 2012, uma sede avaliada em R$ 500 mil; e tem exercido papel fundamental na retomada da produção de borracha e reestruturação das movelarias existentes na Floresta Nacional do Tapajós que estavam paralisadas.
É preciso reconhecer que a cooperativa, ao apoiar logisticamente pesquisadores, tem papel fundamental no destaque que a Floresta Nacional do Tapajós tem obtido no contexto científico nacional. Desde 2010, é a unidade de conservação na Amazônia e a floresta nacional no Brasil que mais abriga pesquisa científica. Além desse apoio, a cooperativa, em parceria com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), construiu três novas bases de monitoramento na Flona, o que garantiu relevantes avanços para a proteção da unidade.
Os benefícios gerados às comunidades da Floresta Nacional do Tapajós, como melhoria e abertura de estradas de acesso às comunidades, geração de emprego e renda, investimentos em infraestruturas comunitárias, apoio à iniciativas comunitárias de geração de renda, capacitação e profissionalização dos moradores têm tornado a existência da Coomflona um diferencial para a gestão da UC e para os cerca de 5 mil moradores dessa área protegida da Amazônia Brasileira.
Dárlison Andrade, analista ambiental e coordenador de Manejo Florestal da Flona, avalia a existência e o fortalecimento da Coomflona, enquanto entidade responsável pelo manejo dos recursos naturais da unidade de conservação, como uma estratégia de ação da equipe de gestão da UC. "Nos últimos cinco anos, a cooperativa tem trabalhado sem incentivos financeiros externos e obtido resultados econômicos positivos. Praticamente todas as ações desenvolvidas pela equipe de gestão da Floresta Nacional do Tapajós passaram a ser apoiadas pela cooperativa, tudo graças ao manejo florestal comunitário. Com isso, todos acabam ganhando com o fortalecimento da gestão da unidade – sociedade e governo."
Comunicação ICMBio
Fonte: www.icmbio.gov.br
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