Uma das maiores quadrilhas de estelionatários do país foi desarticulada, nesta segunda-feira(11), por policiais da 54ª DP (Belford Roxo). O grupo praticava golpes milionários em instituições financeiras no Rio, Espírito Santo, Bahia e Paraná e em dois anos chegou a faturar mais de R$ 37 milhões. Quinze pessoas foram presas, entre elas o ex-candidato a deputado federal e vereador Rogeiro Manso Moreira, chefe do esquema.
“É uma quadrilha que age, principalmente na Baixada Fluminense, mas tem tentáculos em outros estados também. O Rogério que é o principal articulador, já era investigado por estelionato. Outro integrante da quadrilha também tem 13 anotações criminais por estelionato”, destacou o delegado Felipe Curi, titular da 54ª DP.
De acordo com o delegado, as investigações, que contaram com apoio do Laboratório de Lavagem de Dinheiro da Polícia Civil (LAB-LD), tiveram início há cerca de sete meses a partir de um inquérito que apurava a participação de Rogério em um estelionato. A partir de quebras de sigilo telefônico e bancário, monitoramento e inteligência os agentes chegaram ao grupo que é formado por um advogado, um contador, um despachante, um sargento do exército, empresários, lobistas e o assessor de gabinete da prefeitura de Belford Roxo. Trinta e cinco empresas foram investigadas e 173 contas bancárias analisadas.
Ainda segundo o delegado, o golpe era aplicado em três etapas: Inicialmente a quadrilha aliciava os empreendedores e pequenos empresários com a promessa de que eles participariam de licitações de obras públicas. Os criminosos pediam que as vítimas aumentassem o capital social da empresa, e muitos deles acabavam contraindo empréstimos que eram revertidos à quadrilha como taxa de contrato.
Na segunda etapa, após os empresários descobrirem que não havia nenhuma licitação e já estando endividados, os golpistas se aproveitavam dessa situação e sugeriam como solução que a empresa fosse passada para eles. No momento da alteração contratual, a quadrilha colocava laranjas para figurar como sócios formando o Grupo Universo, composto por várias empresas administradas pelos criminosos.
Na terceira fase a quadrilha dava continuidade ao pagamento das dívidas adquiridas pelos antigos donos das empresas, aumentavam ainda mais o capital social e contraiam novos empréstimos. Com o dinheiro o grupo adquiriu 82 caminhões que eram alugados a empresas regulares no valor de R$5 mil ao mês. Para conseguir cada vez mais empréstimos os estelionatários realizavam depósitos de grandes valores entre as empresas do grupo mostrando que o faturamento da empresa era compatível com o valor que estava sendo contratado.
As empresas Necesser, Milênio e Catalão eram as principais utilizadas pelo grupo para a lavagem de dinheiro. Eles também criaram uma empresa que terceirizava todos os tipos de serviços para hospitais no Estado da Bahia. Com esta fraude os criminosos lucrariam cerca de R$ 100 milhões.
Os criminosos vão responder por 554 estelionatos, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.
Fonte: Jornal do Brasil
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