Por: Manoel Cardoso
Moradores das proximidades da casa penal afirmam que vivem com insegurança.
Em menos de dois meses, pelo menos quatro fugas foram registradas no Centro de Recuperação Agrícola Silvio Hall de Moura (CRASHM), na Comunidade de Cucurunã, em Santarém, oeste do Pará. Por conta dos problemas ocasionados pelas constantes fugas, moradores da zona urbana de Santarém afirmam que vivem com insegurança na cidade.
Já os moradores das proximidades da casa penal revelam que devido à falta de segurança, tiveram que modificar o cotidiano.
“Eu moro com medo aqui perto do Presídio. É rotineiro isso de acontecerem rebeliões, fugas e até morte de detentos. Eu saio pra trabalhar todos os dias com medo. Eu tenho uma filha menor de idade, que vai para a escola no período da manhã e a tarde fica em casa e, isso me preocupa. Eu vivo com medo de acontecer alguma coisa com ela, por causa dessa penitenciária aqui perto de casa”, afirma a artesã Maria Ferreira, moradora da Comunidade de Cucurunã.
Entre os problemas na casa penal, na última segunda-feira, 30 de janeiro, uma tentativa de fuga de detentos, por dentro de um túnel, foi abortada pela Polícia Militar. Durante a realização de vistoria por homens do Grupo Tático Operacional (GTO), em uma cela do Pavilhão 2, no Presídio, foi averiguado a existência de um túnel. No local, segundo a Polícia Militar, pelo menos 12 detentos cumpriam pena.
O local foi isolado para reparos e os presos devem responder a medida disciplinar. A Central de Triagem Masculina de Santarém (CTMS), custodia 350 presos. Segundo a Superintendência do Sistema Penitenciário do Estado do Pará (Susipe), a capacidade é para 316 detentos.
No dia 05 de janeiro deste ano, um grupo de presos cavou um túnel e promoveu uma fuga em massa de dentro da casa penal. As buscas para capturar os presos se concentraram nas matas, nos arredores da Comunidade de Cucurunã. A quantidade de fugitivos não foi divulgada pela Susipe.
Outra fuga foi registrada no dia 19 de dezembro de 2016. De acordo com a Polícia Militar, 14 apenados do Pavilhão 2, empreenderam fuga por dentro de um túnel.
No dia 27 de dezembro de 2016, uma fuga foi registrada no Presídio de Cucurunã, por volta de 14h. O detento Roberto Milasse Costa da Conceição conseguiu escapar do presídio. A Susipe informou que Roberto cumpria pena pelos crimes de roubo qualificado, posse ilegal de arma de fogo e homicídio qualificado.
Para a Polícia Militar, as fugas revelam forma de atuação semelhante em Cucurunã, onde os presos cavam túneis, serram grades, escalam telhados e também escapam pulando o muro da Penitenciária. A Polícia aponta que, em algumas situações, os apenados provocam curto circuito na rede elétrica para dificultar a visibilidade dos agentes penitenciários, para facilitar a fuga.
Além das fugas, outra situação agravante no presídio de Santarém é a superlotação e as condições precárias do prédio. Familiares de detentos dizem que estão preocupados com os problemas que ocorrem com frequência na casa penal. O prédio foi construído em 1996 e tem capacidade para 360 presos e atualmente possui pouco mais de 700, bem acima da capacidade. Em dezembro de 2016, parte do teto de um dos pavilhões desabou e duas pessoas ficaram feridas.
Fonte: Blog do Patrocínio
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