O governador Helder Barbalho defendeu, durante reunião dos nove governadores da Amazônia Legal com o presidente da República, Jair Bolsonaro, em Brasília, nesta terça-feira (27), um plano integrado de ação, a longo prazo, de defesa da floresta amazônica e a retomada das discussões sobre o Fundo Amazônia. A regularização fundiária aliada à aplicação de modelos sustentáveis de desenvolvimento foi uma das frentes defendidas por Helder no encontro.
Durante a reunião com o presidente, ocorrido às luzes do atual cenário de queimadas vivido na região, o maior desde 2010, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o governador do Pará defendeu que o plano não apenas combata a crise atual, mas promova um programa de defesa da floresta amazônica aliado ao desenvolvimento sustentável.
“Devemos construir uma agenda consolidada que garante o amanhã para a Amazônia, sob pena de voltarmos aqui, no próximo ano, para debater soluções para uma crise semelhante. A floresta não começou a incendiar em 2019. O alarme este ano se dá por conta da ampliação desses números em comparação com os anos anteriores”, disse o Helder Barbalho, que entregou uma cópia das propostas do governo paraense ao presidente.
Segundo o chefe do Executivo Estadual, a reunião foi o momento de os governadores externarem suas opiniões diante da crise atual, para debater, com a União, a agenda comum.
Para isso, todos os apoios são válidos, incluindo o do G7, o grupo dos sete países mais industrializados do mundo, que, segundo Helder, não pode ser visto como interferência ou ameaça à soberania nacional. “O fundamental neste momento é buscarmos convergências. A floresta arde e todos nós temos responsabilidades. Temos que construir as soluções. É isso que a sociedade brasileira espera. O planeta está a nos olhar neste momento”, afirmou.
Retomada – Para Helder, é bem-vinda não apenas a ajuda do G7, mas de outras organizações internacionais que queiram colaborar com a preservação da Amazônia. O governador também defende o uso do saldo, no valor de R$ 700 milhões, do Fundo Amazônia. “Devemos ter a capacidade de convencer aqueles que queiram nos ajudar, de ampliar as ofertas financeiras, partindo do princípio que estes recursos estarão alimentando as estratégias do Brasil e dos estados da Amazônia”.
O ministro chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, deve marcar, para os próximos dias, dois blocos de reunião – um da região oeste da Amazônia e outro da região leste –, para consolidar as agendas conjuntas propostas nesta terça pelos governos estaduais. Além disso, segundo o governador do Pará, o presidente Jair Bolsonaro se mostrou sensível à retomada do debate internacional de financiamento, sobretudo do Fundo Amazônia. Há concordância, frisou Helder, sobre a necessidade de estabelecer uma pauta com os estados, defendendo a regularização fundiária e a assistência técnica, para que se possa produzir mais sem que isso esteja atrelado ao desmatamento.
Ação – O Pará intensificou o trabalho de combate ao foco de queimadas, com a instalação, no último domingo (25), do centro de operações no Comando Militar do Norte (CMN), que tem a função de planejar, executar e monitorar as ações para conter e evitar novos incêndios e desmatamentos ilegais no Estado. O trabalho tem o apoio das Forças Armadas. Na segunda (26), o governador sobrevoou, durante a tarde, áreas dos municípios de Ourilândia do Norte e São Félix do Xingu, no sul do Pará, para verificar as ações de combate ao desmatamento em território paraense, iniciando o trabalho de identificação dos responsáveis pelas queimadas.
Com informações da Agência Pará
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