sexta-feira, 4 de julho de 2025

A Nova Face da Ditadura: Como a Esquerda Implantou um Regime Através da Lei

Durante décadas, o Brasil associou a palavra "ditadura" a tanques nas ruas, censura à imprensa e repressão armada. No entanto, nos últimos anos, uma nova forma de controle vem se estabelecendo silenciosamente — não por força militar, mas por meio de interpretações jurídicas, leis de classe e ativismo institucional. É a ditadura ideológica, implantada pela esquerda através dos próprios instrumentos do Estado democrático.

Esse processo não se deu da noite para o dia. A transição foi sutil, estratégica e institucional. O discurso da defesa das "minorias" e dos "direitos humanos", embora legítimo em sua essência, acabou sendo usado como escudo para impor uma agenda ideológica. A justiça deixou de ser imparcial e, muitas vezes, passou a atuar como uma extensão do pensamento dominante. Decisões judiciais passaram a punir não ações criminosas, mas opiniões — especialmente quando essas opiniões divergem da cartilha progressista.

Hoje, em um país onde não se pode mais chamar alguém de feio, pobre ou criticar uma obra pública mal feita, sob o risco de ser processado ou silenciado, é evidente que vivemos sob uma nova forma de repressão. A crítica legítima virou ofensa. A ironia virou crime. O humor virou risco jurídico. Isso não é liberdade, é coerção disfarçada de civilidade.

A situação torna-se ainda mais grave quando observamos o que ocorreu com os escândalos de corrupção no Brasil. Enquanto os grandes corruptos da Lava Jato e do Mensalão foram soltos por decisões judiciais favorecidas por mudanças de entendimento no Supremo, deputados que não são ladrões, não são pedófilos, nem traficantes — mas apenas expressaram suas opiniões — foram condenados com rapidez e severidade. Não apenas eles: cidadãos comuns, idosos, manifestantes desarmados, sem fuzis, sem bombas, foram presos sob a acusação de tentativa de golpe.

Curiosamente, os que abriram os portões, falharam em proteger os prédios dos Três Poderes e permitiram os atos do 8 de janeiro continuam livres, muitos sem sequer responder a processos. Há uma clara seletividade. Uns pagam com a liberdade por suas ideias; outros escapam da responsabilidade por sua omissão. É uma justiça que mede seus alvos pela conveniência política, não pela equidade legal.

Durante o regime militar, havia censura explícita e clara repressão à oposição. Hoje, vivemos algo diferente, porém igualmente preocupante: ideias e valores tradicionais passaram a ser rotulados como "discurso de ódio", "intolerância" ou "crime de opinião". A liberdade de expressão, antes defendida com unhas e dentes pela esquerda, agora parece ter se tornado um direito seletivo — garantido apenas a quem pensa como ela.

A ditadura de hoje não usa farda. Usa toga. Não fecha jornais com cadeado, mas destrói reputações com hashtags e decisões judiciais. E, o pior: muitos aplaudem, sem perceber que estão abrindo mão da própria liberdade em troca de uma falsa sensação de justiça social.

Se não houver um despertar coletivo — seja da sociedade civil, da classe política ou dos juristas sérios —, corremos o risco de ver a democracia se transformar em uma peça decorativa, onde o pluralismo é permitido apenas enquanto for conveniente ao poder dominante.

Artigo

Edilson Patrocínio 

Jornalista e Acadêmico de Direito 

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