A partir desta sexta, 244 profissionais formados no exterior vêm ao país. Cubanos contratados por convênio não vêm nesta leva.
Começaram a chegar no país os primeiros estrangeiros do programa Mais Médicos na tarde desta sexta-feira (23). Um grupo de cinco profissionais vindos da Argentina chegou ao Aeroporto de Guarulhos (SP) às 14h50. Entre eles há argentinos e médicos brasileiros que atuam naquele país.
Um dos médicos, identificado como Germán, disse ao G1 que veio de Córdoba e resolveu vir para o Brasil porque tem um filho com uma brasileira, de quem quer estar mais próximo. Ele afirmou que irá para Praia Grande, no litoral paulista, para receber treinamento nos próximos dias. Ao todo, devem chegar nesta primeira leva, nos próximos dias, 244 profissionais formados no exterior, sendo 99 de nacionalidade brasileira e 145 estrangeiros. A pasta marcou eventos de recepção dos profissionais em Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife, Fortaleza, Salvador e Porto Alegre a partir das 14h.
Segundo o ministério, por enquanto chegam apenas os profissionais de diversas nacionalidades selecionados na primeira rodada de contratação do programa. Os cubanos contratados num convênio com a Organização Panamericana de Saúde (Opas) ainda não têm data confirmada de chegada.
Em Brasília, a recepção no Aeroporto Internacional Presidente Juscelino Kubitschek será liderada pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha. A partir da próxima semana os médicos estrangeiros começam um período de três semanas de acolhimento e avaliação, em que terão orientações sobre doenças comuns no país, aspectos éticos e orientações sobre o funcionamento do SUS.
Esse módulo terá 120 horas com aulas expositivas, oficinas e simulações de consultas. Também haverá aulas de língua portuguesa e avaliações para testar a comunicação dos médicos. Depois de avaliados, os médicos receberão um registro profissional provisório, restrito à atenção básica e às regiões onde serão alocados pelo programa.
No primeiro mês de seleção, 10.96 profissionais com diplomas do Brasil e 244 formados no exterior, confirmaram sua participação no programa federal. Eles estão distribuídos em 516 municípios e 15 distritos sonitários indígenas. Ao todo, 3.511 cidades solicitaram 15450 médicos.
Convênio
Nesta quarta-feira, o ministro Alexandre Padilha anunciou o convênio com a Opas para trazer 4 mil médicos cubanos para atuarem no Brasil até o final do ano. Pelo acordo, o governo brasileiro pagará R$10 mil à Opas e a organização repassará esse dinheiro para o governo cubano. O Ministério da Saúde não sabe informar o valor exato que Cuba vai pagar aos participantes.
Em nota divulgada nesta sexta-feira (23), o Conselho Federal de Medicina (CFM) voltou a criticar as condições de trabalho a que os profissionais cubanos serão submetidos no Brasil. “Tais regras ferem a legislação brasileira e não podemos concordar com tratamento desumano em nosso país”, afirmou o presidente do CFM, Roberto d’Avila, em comunicado divulgado para a imprensa.
Na opinião do conselho, médicos cubanos que participam de convênios como o que foi firmado no Brasil "vivem sem direito a liberdades individuais, em regime análogo ao de semi-escravidão".
(Fonte: G1) /ctonline.com.br