PF flagra R$ 5 milhões sacados em agência no Pará e rastreia mensagens que ligam deputado à distribuição direta de valores para aliados políticos
A Polícia Federal e a Procuradoria-Geral da República (PGR) abriram uma investigação contra o deputado federal Antônio Doido (MDB-PA), após a descoberta de movimentações suspeitas envolvendo saques milionários em espécie. O caso mais emblemático ocorreu no dia 4 de outubro de 2024, às vésperas do primeiro turno das eleições municipais, quando R$ 5 milhões foram sacados em Castanhal (PA) e imediatamente ligados a um esquema de compra de votos.
📱 Conversas comprometedoras: “Entregar quanto para o neguinho?”
A investigação se aprofundou após a PF interceptar mensagens de celular que revelam a atuação direta do deputado no repasse de valores. Em uma das trocas, o Sr. Geremias envia mensagem ao PM Francisco Galhardo dizendo:
“Seu Antônio mandou pegar um dinheiro contigo em Castanhal ai. É... que horas eu posso te encontrar em Castanhal ai?” — mensagem enviada às 11h47 do dia 4/10/2024.
Poucas horas depois, às 14h20, o policial responde ao parlamentar:
“Entregar quanto para o neguinho?”
E o deputado Antônio Doido responde:
“380k.”
Esse valor, de R$ 380 mil, foi exatamente o montante encontrado pela PF dentro de um carro estacionado na porta da agência bancária, onde estavam o próprio PM e Geremias.
💼 Apreensão dos valores
Durante a ação, os policiais federais flagraram:
- R$ 4,6 milhões com outro homem ainda dentro da agência no momento do saque;
- R$ 380 mil no veículo do PM Francisco Galhardo, conforme citado nas mensagens.
O total de R$ 4,98 milhões foi recolhido como parte de um possível esquema de desvio de verba pública, lavagem de dinheiro e financiamento ilegal de campanhas.
⚖️ Investigação no STF
A PGR pediu que o Supremo Tribunal Federal (STF) unifique as investigações em curso e autorize a ampliação do escopo, para incluir:
- Corrupção
- Peculato
- Lavagem de dinheiro
- Crime eleitoral
- Formação de organização criminosa
Há suspeita de que os recursos tenham origem em contratos públicos com empresas ligadas a aliados do parlamentar — incluindo uma companhia registrada em nome da esposa do deputado.
🛑 Defesa e repercussão
A defesa do deputado negou qualquer irregularidade, repudiou os vazamentos e alegou que “todos os atos foram esclarecidos”. No entanto, as mensagens e o flagrante em Castanhal colocaram o nome de Antônio Doido no centro da crise política no MDB paraense.
🔍 O que esperar
Nos próximos dias, o STF deve decidir se autoriza:
- Quebras de sigilo bancário e fiscal;
- Mandados de busca e apreensão;
- Abertura formal de inquérito contra o parlamentar.
A PF também investiga se outros R$ 1,1 milhão sacado em janeiro/2025 está ligado a pagamento de propinas a servidores.
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