PUBLICADO NO ESTADÃO DESTA SEXTA-FEIRA |
Lula garantiu que não existe político “irretocável do ponto de vista do comportamento moral e ético”. “Não existe”, reiterou. Vale como confissão. |
Sob o comando de Lula, o PT
antecipou o início da campanha presidencial, cuja eleição se realiza daqui a 17
meses, de modo que tudo o que as lideranças do partido e do governo fazem e
dizem deve ser considerado de uma perspectiva predominantemente eleitoral. E
desse ponto de vista ganham importância as mais recentes declarações do chefe
do PT que, do alto de seu irreprimível sentimento de onipotência, anda sendo
acometido por surpreendentes surtos de franqueza. No lançamento de um livro
hagiográfico dos 10 anos de governo petista, Lula garantiu que não existe
político “irretocável do ponto de vista do comportamento moral e ético”. “Não
existe”, reiterou. Vale como confissão.
Lula
está errado. O que ele afirma serve mesmo é para comprovar os seus próprios defeitos.
Seus oito anos na chefia do governo foram de uma dedicação exemplar à tarefa de
mediocrizar o exercício da política, transformando-a, como nunca antes na
história deste país, em nome de um equivocado conceito de governabilidade, num
balcão de negócios cuja expressão máxima foi o episódio do mensalão.