Golpistas exigem indenizações em dinheiro ou cestas básicas; justiça já investiga o caso
Um esquema audacioso e mirabolante foi descoberto pelas autoridades, envolvendo uma quadrilha que estaria utilizando o sistema judiciário para aplicar extorsões travestidas de ações legais. O golpe começa de forma inusitada: uma simples discussão em grupos de WhatsApp — seja em tom acalorado ou até mesmo uma divergência de opinião — é suficiente para que os criminosos acusem a outra parte de danos morais.
A quadrilha, segundo investigações preliminares, ingressa com ações judiciais pedindo indenizações que variam de R$ 5 a até 2.000 cestas básicas, dependendo da repercussão da conversa e do alvo escolhido. Em muitos casos, os supostos ofendidos pressionam as vítimas fora do processo para que resolvam a situação por acordo — um artifício utilizado para não expor o caso publicamente e agilizar o recebimento da "indenização".
Segundo fontes ligadas ao judiciário, a dupla responsável por iniciar os processos tem agido de forma coordenada com outros membros do grupo, utilizando documentos prontos, advogados coniventes e até testemunhas fabricadas para dar aparência de legalidade às ações.
“A prática é grave porque utiliza um instrumento legítimo, que é o acesso à justiça, como forma de chantagem. E pior: pode comprometer a credibilidade do próprio sistema”, afirmou um magistrado que preferiu não se identificar.
A tática vem sendo aplicada especialmente contra pessoas mais simples ou sem conhecimento jurídico, que acabam cedendo ao medo de ter seus nomes envolvidos em processos ou expostos nas redes sociais.
O Ministério Público já recebeu denúncias formais e investiga a atuação da quadrilha. Advogados de defesa das vítimas estão se mobilizando para solicitar a anulação de processos já em andamento e a responsabilização dos envolvidos por litigância de má-fé, associação criminosa e tentativa de extorsão.
A Polícia Civil também já iniciou diligências para identificar outros possíveis membros da quadrilha e mapear os processos judiciais suspeitos que estão sendo utilizados como ferramenta de golpe.
Enquanto isso, especialistas alertam: é preciso cuidado com o que se fala em aplicativos de mensagens, mas, mais do que isso, é fundamental conhecer os próprios direitos e procurar orientação jurídica diante de qualquer ameaça.